MACHU PICCHU

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Em nossa postagem anterior explicamos como foi todo o processo para visitar Machu Picchu.

Aqui, vamos contar como foi a partir de nossa chegada a Águas Calientes, povoado às margens do rio Urubamba, utilizado como base para quem vai à Machu Picchu. 


O lugar é bem simples e não descobrimos muita coisa para fazer, além de visitar sua feirinha de artesanato.


Ficamos hospedadas no hotel Flower`s House, que fica bem próximo da estação de trem, da feirinha e de alguns restaurantes.


Assim que chegamos à cidade, compramos o ticket de ônibus que faz a subida a Machu Picchu e compramos também alguns mantimentos para levar no dia seguinte. Não encontramos muita variedade e achamos as coisas um pouco caras, mas não tínhamos opção, já que em Machu Picchu não há lojas, nem mercados.

No dia seguinte, acordamos 4h da manhã para enfrentar a fila do ônibus com a esperança de ver o nascer do sol na Cidade Sagrada. Doce ilusão! Enfrentamos duas horas de fila e vimos o dia amanhecer debaixo de um frio cortante. Talvez tivesse sido mais vantajoso acordar um pouco mais tarde e fazer o trajeto a pé (cerca de 50 minutos).

O primeiro ônibus saiu por volta das 05:30 da manhã e a cada cerca de meia hora partia outro ônibus. O trajeto durou 20 minutos, aproximadamente.

Chegamos a Machu Picchu por volta de 7:30h e já estava bem movimentado por lá.  Logo na entrada, contratamos uma guia que nos cobrou 20 Nuevos Soles (por pessoa). Achamos que valeu à pena, pois além de nos contar a história da cidade e sobre sua cultura, ainda nos indicava os melhores pontos para fotografias. 

Essa foi nossa primeira visão da cidade.


Aconselhamos que cheguem cedo à cidade sagrada, pois há menor movimento de turistas.


Machu Picchu foi construída por volta do século XV pelo líder inca Pachacuti e foi um dos dois mais importantes centros urbanos da antiga civilização inca.


A Cidade Sagrada foi construída para funcionar como uma universidade de astronomia e técnicas agrícolas. Ali, não viviam crianças. 


O pico Huayna Picchu (montanha jovem) era um ponto estratégico para observações dos astros, além de servir como referência para as definições organizacionais e arquitetônicas da cidade.


A escalada a Huayna Picchu exige preparo físico, pois a subida é bem íngreme e leva cerca de 40 minutos para chegar ao topo. Pretendíamos subi-la, mas não foi possível devido à chuva intensa que caiu no horário agendado para nossa subida.

Os incas utilizavam os terraços (degraus formados nas costas das montanhas) para plantar seus alimentos como feijão, milho e batata. 



A arquitetura e a eficiente estrutura urbana desta sociedade eram surpreendentes! 



Enormes blocos de pedras e adobe eram utilizados para a construção de templos, casas, escadas e palácios. 





As construções mais importantes como os templos e as residências dos nobres eram construídas com pedras mais simétricas e a junções dessas pedras eram muito bem feitas.



 

Já as outras construções e as casas dos demais habitantes eram visivelmente diferentes.



Foram construídos canais de irrigação para desviar a água que nascia nas montanhas e abastecer toda cidade. Técnica que funciona até hoje.


Os incas cultuavam o deus Sol, mas também consideravam sagrados animais como o condor e o jaguar.  Na foto abaixo, um condor esculpido em pedra e utilizado como local de oferendas.


O Templo do Sol é o principal de Machu Picchu. O lugar tem duas janelas posicionadas para receber os primeiros raios solares do verão e do inverno. Lá, sacerdotes sacrificavam lhamas e porquinhos-da-índia para prever o futuro.




Levamos cerca de duas horas caminhando com a guia pelo local, que guarda muitas ruínas e belas paisagens. 






Esse espaço, por exemplo, era utilizado para a realização de eventos.



As lhamas foram domesticadas pelos Incas que utilizavam sua lã, como meio de transporte de carga, além de consumir sua carne e leite. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas ali e ainda hoje habitam as ruinas e as montanhas.




Acredita-se que durante a colonização espanhola, os moradores fugiram para a floresta para escapar da fúria dos espanhóis, que de fato nunca chegaram a Machu Picchu. Os habitantes também nunca retornaram e, por este motivo, Machu Picchu é uma cidade inacabada.

A cidade permaneceu perdida por séculos e só foi descoberta em 1911, pela expedição do arqueólogo americano Hiram Bingha.


Hoje, a Cidade Sagrada dos Incas é considerada uma das 7 maravilhas do mundo, além de Patrimônio Cultural pela UNESCO. 

DICAS:
  • Chove quase que diariamente na região, então, não deixe de levar uma capa de chuva;
  • Utilize roupas e sapatos adequados, pois o terreno é formado por terra e pedras e algumas partes são de difícil acesso;
  • Leve água e algo para comer por lá, pois não há lojas ou lanchonetes;
  • Use protetor solar mesmo em dias nublados;
  • Não esqueça de carimbar seu passaporte assim que passar pela roleta;
  • Não deixe de contratar um guia local.


MACHU PICCHU - COMO CHEGAR

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Quando decidimos visitar Machu Picchu, pesquisamos bastante antes de decidir efetivamente a melhor forma de chegar lá.

Aqui, vamos tentar explicar de maneira simples todo o processo.

O primeiro passo foi comprar os ingressos para Machu Picchu através do site oficial.  Sabíamos que tínhamos que evitar a Cidade Sagrada no final de semana, pois o lugar fica bem mais cheio, principalmente aos domingos quando os peruanos têm desconto. 



O site lhe oferece 3 opções de ingressos:

Machu Picchu – inclui visita às ruinas, ao Portal do Sol e à Ponte Inca. Esse ingresso custa 133,16 Nuevos Soles (em abril/2016);

Machu Picchu + Huayna Picchu – esse inclui a montanha por trás da cidade inca, de onde é possível tirar as clássicas fotos de Machu Picchu.  Inclui também algumas ruínas e um templo que não estão incluídos nos outros ingressos. A escalada a Hauayna Picchu exige preparo físico, pois a subida é bem íngreme e leva cerca de 40 minutos para chegar ao topo. Esse ingresso custa 158,13 Nuevos Soles (em abril/2016);

Machu Picchu + Montanha de Machu Picchu - Do alto dessa montanha você terá a melhor vista das ruínas, com Huayna Picchu ao fundo. A subida leva cerca de uma hora e meia. 

DICA: fique atento para não perder o horário de subida às montanhas.

Para pagamento no site, é preciso que a compra seja realizada em cartão de crédito verified by Visa, que consiste em encaminhar o comprador para o site do seu banco para confirmar a transação. 

DICA: Lembre-se que é preciso apresentar o passaporte para entrar em Machu Picchu. Leia atentamente as informações que estão no ticket impresso. 

Agora que você comprou seu ingresso, o próximo passo é comprar a passagem para Águas Calientes.

Existem duas empresas que fazem esse trajeto, a Inca Rail e a Peru Rail. Optamos pela Peru Rail devido a melhor combinação estações/horários. 



A Peru Rail oferece 3 diferentes tipos de trens: o Expedition, mais simples e barato; o Vistadome, um pouco mais caro, mas com mais conforto e melhor serviço e o Hiram Bingham, luxuoso, mas que custa cerca de 3 vezes mais que os outros e com partidas apenas de Cusco.  



Na ida fomos de Vistadome e na volta de Expedition. Pagamos no total US$ 150 (abril/16). O preço é salgado, mas talvez seja um consolo saber que além dos vagões serem bonitos e confortáveis, o caminho oferece belas paisagens. Esse valor também inclui um lanche durante as viagens.





Antes de comprar as passagens, tínhamos que primeiro decidir qual seria nosso ponto de partida e por onde retornaríamos, já que o trem sai de 3 cidades diferentes: Poroy, Urubamba e Ollantaytambo



Em princípio, consideramos fazer como muitos viajantes: aproveitar o passeio ao Vale Sagrado e pegar o trem em Ollantaytambo, já que essa cidade normalmente é a penúltima parte do passeio. As desvantagens seriam perder a visita a Chinchero, última cidade visitada, e correr o risco de, ocorrendo algum atraso, não aproveitar devidamente Ollantaytambo. Já as vantagens seriam que além de ser a estação mais próxima de Águas Caliente (1:30hs de trem), não haveria custo adicional de transporte (de Cusco para Ollantaytambo).

DICA: As ruínas de Ollantaytambo são imperdíveis.

Com essas informações, decidimos não arriscar e fazer o passeio ao Vale Sagrado sem pressa num dia e no dia seguinte, depois do almoço, ir para Ollantaytambo.  Pagamos na mesma agência de viagem 20 Nuevos Soles (por pessoa) para uma van nos levar até a estação de Ollantaytambo.  



DICA: não é preciso trocar o voucher impresso pelo ticket na bilheteria. Vá direto para a estação.




Já a volta, foi por Poroy que fica a 30 minutos de carro de Cusco. Apesar de ser a estação mais próxima a Cusco, a viagem foi bem cansativa, cerca de 5 horas. 

Quem optar por voltar por Poroy, deve reservar algum tipo de transporte para buscá-lo. Como chegamos tarde à estação, tivemos dificuldade em conseguir um táxi e apenas por sorte, conseguimos transporte para Cusco.  Acreditamos que o mesmo aconteça com quem volte por Ollantaytambo.



Há duas formas de ir de Águas Calientes a Machu Picchu. A primeira é fazendo uma caminhada de cerca de 50 minutos. A outra alternativa (escolhida por nós) é ir de ônibus.  Como no dia seguinte sairíamos muito cedo e sabíamos que a fila para os ônibus seriam enormes, compramos os tickets do ônibus assim que chegamos à cidade. Pagamos U$ 24 ida e volta.

DICA: caso prefira, você pode comprar apenas um dos trechos (ida ou volta).


Nossa grande dica sobre Machu Picchu é PROGRAME-SE e evite assim surpresas desagradáveis pelo caminho. Lembre-se que o ingresso para entrar na Cidade Sagrada não é vendido no local e dependendo da época do ano, esgota-se facilmente. 

Agora, é só aproveitar, pois essa é sem dúvida uma viagem incrível!  

Veja também:









AREQUIPA

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Quando decidimos visitar o Peru, pesquisamos sobre as cidades e destinos mais procurados. Assim, descobrimos Arequipa e logo resolvemos incluí-la em nosso roteiro. A cidade não é um destino muito procurado pelos brasileiros. Viajantes costumam utilizá-la apenas como base para visitar o Vale do Colca, a cerca de 160 km de distância, mas sem dúvida, Arequipa tem seus próprios encantos.


Arequipa é a segunda maior cidade do país e é considerada Patrimônio da Humanidade. É também conhecida como a “Cidade Branca”, pois alguns dos edifícios do Centro Histórico foram construídos com um tipo de pedra vulcânica branca chamada “sillar”. 

A cidade está a 2300 m de altitude, mas não tivemos problema com o soroche, pois chegamos vindo de Cusco que é ainda mais alta. Cercada por 3 vulcões: Chachami, Misti e Pichu Pichu, já sofreu inúmeros terremotos nos últimos dois séculos. Inclusive, durante nossa estadia, houve um “pequeno” terremoto com 4 vítimas fatais. Mas isso não é motivo para deixar de visitar a cidade!! 


Reservamos três dias para conhecer Arequipa, mas dois dias teriam sido suficientes. Ficamos hospedadas no Hotel Los Tambos, que fica bem próximo a Plaza das Armas, o que facilitou bastante explorar a cidade a pé. Para chegar aos pontos turísticos mais distantes, utilizamos os táxis que são bem baratinhos.

A Plaza das Armas é a principal da cidade. O lugar é um charme com seu belo chafariz, palmeiras e arquitetura ao seu redor. 



Ali, fica a Catedral Basílica de Arequipa, um dos primeiros monumentos religiosos do século XVII. Construída em 1621, foi atingida diversas vezes por terremotos e reconstruída em 1868.  


Visitamos a cidade no mês de seu aniversário e tivemos a sorte de assistir parte das festividades, que incluiu desfiles, muita música e a visita do presidente peruano.


Saindo da praça principal, caminhamos sem pressa pelo centro histórico



A Igreja da Companhia de Jesus é uma das muitas igrejas do centro. Sua fachada é esculpida em “sillar” e é muito bonita. A primeira igreja foi construída em 1578 e reconstruída anos depois após um terremoto.


Não deixe de visitar os Claustros da Companhia de Jesus, ao lado da igreja.




Uma das principais atrações da cidade é o Convento de Santa Catalina, datado de 1579 e expandido no século XVII.  



Desde sua criação, mulheres de diferentes camadas sociais ingressaram no Mosteiro para servir como freiras de clausura, totalmente isoladas do mundo exterior. Ali, já viveram cerca de 500 freiras. Hoje, restam apenas algumas vivendo na cidadela.





Toda a estrutura foi construída de sillar, porém os contínuos terremotos acabaram motivando mudanças na estrutura. 





Essas mudanças fizeram a cidadela ter suas próprias características, como as celas privadas para as freiras que ali habitavam. Tudo muito simples, é claro.




O ideal é reservar cerca de 2 horas para andar pelo lugar, sem pressa.





Ali, viveu Sor. Ana de los Angeles Moneagudo, uma religiosa que foi Superiora do mosteiro, falecida em 1686 e beatificada em 1985.  Sua cela ainda guarda objetos e mobílias que utilizou em vida. 


Dentro da cidadela, aproveite para conhecer a lanchonete El Café del Monastério, que tem um jardim super charmoso. 



Faça uma pausa e aproveite para experimentar o Queso Helado, uma tradicional sobremesa de Arequipa.


O Mosteiro ainda guarda uma pinacoteca com cerca de 400 peças, uma coleção de valor artístico e histórico extraordinário. 


O ingresso custou 40 Nuevos Soles e valeu cada centavo. É possível contratar um guia na entrada, mas optamos por fazer o tour por nossa conta. 

Próximo ao Monastério fica o Museu dos Santuários Andinos da Universidade de Santa Maria


Esse museu guarda a famosa múmia de “Juanita, a menina do gelo”. Seu corpo foi encontrado no vulcão Ampato em 1995 e acredita-se que Juanita foi sacrificada em um ritual aos deuses para aplacar a fúria do vulcão.  O museu guarda também outros objetos encontrados nos santuários localizados nos vulcões da região.


Outra visita que gostamos bastante foi à Casa del Moral, uma casa colonial do século XVIII, que em 2000 foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A entrada custou somente 5 Nuevos Soles.
  

O lugar tem uma pequena pinacoteca.



O interior do casarão é muito bonito com ambientes decorados com móveis e objetos de arte, em sua maioria barroco. 




O pátio é bem colorido e decorado com objetos que dão charme ao lugar. 



Na casa, também tivemos acesso a Sala Numismática que guarda a mais completa coleção de notas e moedas peruanas.



Durante nossas andanças pelas ruas da cidade, descobrimos uma deliciosa fábrica de chocolate, a Chaqchao Chocolate. 


A fábrica além de vender produtos e bebidas à base de chocolate, também servia cervejas artesanais. 


E, à noite, ainda rolava um show de música ao vivo. 


Outra dica que recebemos foi conhecer o bairro de Yahahuara, a cerca de 2,5 km do centro da cidade. Para chegar lá precisamos pegar um táxi. Esse é um bairro tradicional, com ruas estreitas e casas antigas. Um de seus principais atrativos é o Mirante Carmen Alto, um lugar tranquilo com uma bela vista do rio Chili e dos vulcões que cercam a cidade.



Em frente ao mirante, há uma bonita praça.



E a Igreja de Yanahuara (1750), considerada uma das mais belas da cidade. 


Não podemos terminar nossa postagem sem falar sobre a gastronomia de Arequipa, considerada uma das mais variadas e saborosas do Peru. Indicamos o restaurante La Nueva Palomino, com mais de 100 anos de tradição. Essa é uma ótima opção para experimentar a comida arequipeña. 


De entrada pedimos El Chairo, uma sopa típica da gastronomia de Arequipa, Puno e Cusco. Como cada região tem suas próprias características, há variação de ingrediente dependendo de onde você estiver. Achamos a sopa rala comparada às que costumamos tomar no Brasil, mas gostamos de ter experimentado. 

A tradição na culinária arequipeña consiste em ter um prato típico a cada dia da semana. Nosso prato preferido foi o de domingo chamado Adobo Arequipeño, que consiste em carne de porco mergulhada num delicioso molho, com pão para acompanhar. 

Para os mais corajosos, sugerimos o Recotto Relleno um prato super picante, a base de carne picada e pimenta. Claro que o restaurante também oferece pratos mais simples, todos muito bem servidos e com ótimos preços. 


É quase impossível partir da cidade sem visitar umas das lojas de chocolates peruanos La Ibérica, que oferece grande variedade de produtos com ótimos preços. Tem uma filial na Praça das Armas.


Em nossa opinião, Arequipa não deve ficar de fora do roteiro de quem visita o Peru. Sem dúvida, fechamos nossa viagem com chave de ouro! 

Veja também como foi conhecer Lima e Cusco