AREQUIPA

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Quando decidimos visitar o Peru, pesquisamos sobre as cidades e destinos mais procurados. Assim, descobrimos Arequipa e logo resolvemos incluí-la em nosso roteiro. A cidade não é um destino muito procurado pelos brasileiros. Viajantes costumam utilizá-la apenas como base para visitar o Vale do Colca, a cerca de 160 km de distância, mas sem dúvida, Arequipa tem seus próprios encantos.


Arequipa é a segunda maior cidade do país e é considerada Patrimônio da Humanidade. É também conhecida como a “Cidade Branca”, pois alguns dos edifícios do Centro Histórico foram construídos com um tipo de pedra vulcânica branca chamada “sillar”. 

A cidade está a 2300 m de altitude, mas não tivemos problema com o soroche, pois chegamos vindo de Cusco que é ainda mais alta. Cercada por 3 vulcões: Chachami, Misti e Pichu Pichu, já sofreu inúmeros terremotos nos últimos dois séculos. Inclusive, durante nossa estadia, houve um “pequeno” terremoto com 4 vítimas fatais. Mas isso não é motivo para deixar de visitar a cidade!! 


Reservamos três dias para conhecer Arequipa, mas dois dias teriam sido suficientes. Ficamos hospedadas no Hotel Los Tambos, que fica bem próximo a Plaza das Armas, o que facilitou bastante explorar a cidade a pé. Para chegar aos pontos turísticos mais distantes, utilizamos os táxis que são bem baratinhos.

A Plaza das Armas é a principal da cidade. O lugar é um charme com seu belo chafariz, palmeiras e arquitetura ao seu redor. 



Ali, fica a Catedral Basílica de Arequipa, um dos primeiros monumentos religiosos do século XVII. Construída em 1621, foi atingida diversas vezes por terremotos e reconstruída em 1868.  


Visitamos a cidade no mês de seu aniversário e tivemos a sorte de assistir parte das festividades, que incluiu desfiles, muita música e a visita do presidente peruano.


Saindo da praça principal, caminhamos sem pressa pelo centro histórico



A Igreja da Companhia de Jesus é uma das muitas igrejas do centro. Sua fachada é esculpida em “sillar” e é muito bonita. A primeira igreja foi construída em 1578 e reconstruída anos depois após um terremoto.


Não deixe de visitar os Claustros da Companhia de Jesus, ao lado da igreja.




Uma das principais atrações da cidade é o Convento de Santa Catalina, datado de 1579 e expandido no século XVII.  



Desde sua criação, mulheres de diferentes camadas sociais ingressaram no Mosteiro para servir como freiras de clausura, totalmente isoladas do mundo exterior. Ali, já viveram cerca de 500 freiras. Hoje, restam apenas algumas vivendo na cidadela.





Toda a estrutura foi construída de sillar, porém os contínuos terremotos acabaram motivando mudanças na estrutura. 





Essas mudanças fizeram a cidadela ter suas próprias características, como as celas privadas para as freiras que ali habitavam. Tudo muito simples, é claro.




O ideal é reservar cerca de 2 horas para andar pelo lugar, sem pressa.





Ali, viveu Sor. Ana de los Angeles Moneagudo, uma religiosa que foi Superiora do mosteiro, falecida em 1686 e beatificada em 1985.  Sua cela ainda guarda objetos e mobílias que utilizou em vida. 


Dentro da cidadela, aproveite para conhecer a lanchonete El Café del Monastério, que tem um jardim super charmoso. 



Faça uma pausa e aproveite para experimentar o Queso Helado, uma tradicional sobremesa de Arequipa.


O Mosteiro ainda guarda uma pinacoteca com cerca de 400 peças, uma coleção de valor artístico e histórico extraordinário. 


O ingresso custou 40 Nuevos Soles e valeu cada centavo. É possível contratar um guia na entrada, mas optamos por fazer o tour por nossa conta. 

Próximo ao Monastério fica o Museu dos Santuários Andinos da Universidade de Santa Maria


Esse museu guarda a famosa múmia de “Juanita, a menina do gelo”. Seu corpo foi encontrado no vulcão Ampato em 1995 e acredita-se que Juanita foi sacrificada em um ritual aos deuses para aplacar a fúria do vulcão.  O museu guarda também outros objetos encontrados nos santuários localizados nos vulcões da região.


Outra visita que gostamos bastante foi à Casa del Moral, uma casa colonial do século XVIII, que em 2000 foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A entrada custou somente 5 Nuevos Soles.
  

O lugar tem uma pequena pinacoteca.



O interior do casarão é muito bonito com ambientes decorados com móveis e objetos de arte, em sua maioria barroco. 




O pátio é bem colorido e decorado com objetos que dão charme ao lugar. 



Na casa, também tivemos acesso a Sala Numismática que guarda a mais completa coleção de notas e moedas peruanas.



Durante nossas andanças pelas ruas da cidade, descobrimos uma deliciosa fábrica de chocolate, a Chaqchao Chocolate. 


A fábrica além de vender produtos e bebidas à base de chocolate, também servia cervejas artesanais. 


E, à noite, ainda rolava um show de música ao vivo. 


Outra dica que recebemos foi conhecer o bairro de Yahahuara, a cerca de 2,5 km do centro da cidade. Para chegar lá precisamos pegar um táxi. Esse é um bairro tradicional, com ruas estreitas e casas antigas. Um de seus principais atrativos é o Mirante Carmen Alto, um lugar tranquilo com uma bela vista do rio Chili e dos vulcões que cercam a cidade.



Em frente ao mirante, há uma bonita praça.



E a Igreja de Yanahuara (1750), considerada uma das mais belas da cidade. 


Não podemos terminar nossa postagem sem falar sobre a gastronomia de Arequipa, considerada uma das mais variadas e saborosas do Peru. Indicamos o restaurante La Nueva Palomino, com mais de 100 anos de tradição. Essa é uma ótima opção para experimentar a comida arequipeña. 


De entrada pedimos El Chairo, uma sopa típica da gastronomia de Arequipa, Puno e Cusco. Como cada região tem suas próprias características, há variação de ingrediente dependendo de onde você estiver. Achamos a sopa rala comparada às que costumamos tomar no Brasil, mas gostamos de ter experimentado. 

A tradição na culinária arequipeña consiste em ter um prato típico a cada dia da semana. Nosso prato preferido foi o de domingo chamado Adobo Arequipeño, que consiste em carne de porco mergulhada num delicioso molho, com pão para acompanhar. 

Para os mais corajosos, sugerimos o Recotto Relleno um prato super picante, a base de carne picada e pimenta. Claro que o restaurante também oferece pratos mais simples, todos muito bem servidos e com ótimos preços. 


É quase impossível partir da cidade sem visitar umas das lojas de chocolates peruanos La Ibérica, que oferece grande variedade de produtos com ótimos preços. Tem uma filial na Praça das Armas.


Em nossa opinião, Arequipa não deve ficar de fora do roteiro de quem visita o Peru. Sem dúvida, fechamos nossa viagem com chave de ouro! 

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